Por Janete Ferreira*
Seduzido pela “paixão”, um artista às vezes até acha que está a fazer arte, mas no fim está apenas contribuindo para a roda da indústria cultural, estando a repetir o mas do mesmo. A burguesia nunca criou cultura, eles criam moda, e subordinados a ela, seus escravos ficam a mercê de suas vontades e caprichos. E aqueles que fazem, pouquíssimas vezes são ouvidos, mesmo gritando em praça pública.
Seduzido pela “paixão”, um artista às vezes até acha que está a fazer arte, mas no fim está apenas contribuindo para a roda da indústria cultural, estando a repetir o mas do mesmo. A burguesia nunca criou cultura, eles criam moda, e subordinados a ela, seus escravos ficam a mercê de suas vontades e caprichos. E aqueles que fazem, pouquíssimas vezes são ouvidos, mesmo gritando em praça pública.
Então dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. A César dai o imposto que lhe é exigido... Calar: verbo intransitivo. Calar: estar em silêncio; não falar, cessar de falar; emudecer; calar-se; não divulgar o que sabe; não ter voz ativa.
A Deus... Grito: substantivo masculino. Grito: vozes inarticuladas emitidas por quem sente dor, alegria, espanto.
Espanto-me de ver a cegueira da vaidade do dever não cumprido. O dever que falo aqui é a obrigação moral diante de si mesmo, que acaba sempre esbarrando com a sedução do interesse. Alegria de ter liberdade para gritar mesmo que de dor...
*Protética poética
Um comentário:
Clareza no escrito, Janete Ferreira expurga uma consciência crítica saborosa de alguém que procura a construção, a compusão, o amor obstinado para mostrar aquilo que só ele própria consegue ver: sua poesia.
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